segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Oh Pai

"É engraçado o jeito
que você se acostuma
com as lágrimas e o sofrimento
Em que uma criança irá acreditar?
Você nunca me amou"

No disco Like a Prayer de 1989, Madonna gravou essa música que era um desabafo sobre o relacionamento que ela própria havia tido com o pai. O que eu não imaginava era que o clipe que havia me emocionado aos 11 anos de idade iria refletir tão bem os sentimentos que envolviam a mim e ao meu próprio pai ao longo de 29 anos.

"Talvez um dia
Quando eu olhar para trás
eu poderei dizer
Você não queria ser cruel
alguém te machucou também"

Meu pai veio de uma família sem amor, onde visitas são obrigações sociais e o sucesso é como uma desgraça, como se fosse feio ter carreira e uma vida estruturada. Mas minha mãe criou uma base sólida para a nossa pequena família e impedia que ele trouxesse essa ignorância ao extremo. Por isso, na minha formatura, ele encontrava-se furioso. Ter a única filha diplomada não era nada perto do jogo de futebol que ele estava perdendo. Mas não me importei, afinal, aquela conquista não tinha colaboração dele (nem mesmo financeira) e eu já estava acostumada com o seu jeito grosso e sem educação. Se ainda o respeitava, era simplesmente pelo fato de minha mãe o ter escolhido para companheiro por toda a sua vida.

"Você não pode me machucar agora
Eu fugi de você, nunca pensei que conseguiria
Você não pode me fazer chorar
Você já teve esse poder
e agora nunca me senti não bem comigo mesma"

Mas um belo dia ele partiu. Resolveu que não era feliz. Na verdade ele havia encontrado uma mulher semelhante a ele. Não houve beijo ou abraço, ele simplesmente passou por mim e disse tchau.

Hoje, faço terapia. Após fazer uma análise da família, a psicóloga disse que ele apenas repete um círculo vicioso herdado de seus pais. Questiona se desejo encontra-lo e digo que não. Pois uma paz reina em nosso lar agora.

A recuperação da estima é lenta. Feridas que são mantidas abertas anos a fio demoram para cicatrizar, mas esse dia vai chegar e finalmente irei cantar o último refrão dessa música com mais convicção do que agora.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Quem espera sempre alcança (ou se cansa)

Esse era o título de uma histórinha antiga da Turma da Mônica, que tinha como personagem, se não me engano, a Pipa e o Zecão. Aplicada não só a relacionamentos amorosos, mas também no coditiano profissional.

Trabalhar em equipe normalmente não é fácil, e isso se agrava quando a chefia (que deveria ser o suporte da equipe) tem como música-tema " nem ai". Conseguir manter o bom relacionamento com os colegas e respeitar o prazo de término começa a se tornar um desafio. O que fazer?

Além de tentar manter todos os interessados cientes da responsabilidade, é necessário que um se coloque no papel do cliente (seja interno ou externo) e comece a desafiar a equipe com dúvidas e sugestões. Também é necessário lembra-los de suas partes de entregas e muita vezes prestar suporte para o término da tarefa do colega, para poder dar início a sua. O risco maior é a organização não enxergar o esforço feito por você e achar que os méritos são somente da sua chefia.

Muitos podem não gostar de ter que assumir uma chefia não remunerada, mas a menos que isso se torne uma rotina, devem aproveitar para aprimorar o seu lado como líder, abrindo novas oportunidades no futuro.

Se você esperou, não alcançou e cansou, é hora de abrir as asas e atingir pontos mais altos, em locais que aproveitem as suas habilidades.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Qualquer coisa, a culpa é da TPM

6:20 da manhã e o despertador com o seu toque murrinha me lembra que é hora de levantar. Se ainda houvesse uma boa razão pra isso... mas é apenas para trabalhar. Segue-se o ritual dos dias rotineiros, tomar banho, café, chave e rua.

Resolvi estrear um sapato novo, e agora é calcanhar, joanete e dedinhos a gritar. Na hora do almoço, o restaurante mais perto só tinha bife acebolado, vai a fofa caminhar mais (fofa sim, pois ganhou mais meio quilo e ainda falta três meses para terminar a maldita pós).

Ok, consegui me servir, me preparo para tirar o sapatinho da Cinderela (afinal, como é só de calçar, alguma vantagem tinha que ter) quando derrubo o diacho da faca.

Agora estou aqui, com os pés descalços, desabafando e criando coragem para escovar os dentes. E é claro, suspirando, afinal, o meu dia só acaba às 23h30 e ter consciência que parte dessa raiva é TPM não ajuda em nada.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

E só chove

Em dias de chuva você descobre o que existe por trás do ser humano,
Os mais educados serão capazes de ações que talvez você não fizesse para o outro
Os sem mãe irão praticar ações que você se julga incapaz de fazer
Mas nem por isso você irá abandonar o seu guarda-chuva
Ou abrir a janela do seu carro
Sendo um pecado até mesmo abrir espaço para o vizinho ao lado
Os dias de chuva são dias de combate acirrado
Em uma guerra urbana
Onde os sem moral enfrentam os sem ética
E as vítimas são aqueles que se julgam cidadões.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Neuroses

Mesmo após ter frequentado um curso de escritores, possuía um certo receio em publicar um blog. O alcance na Internet é tão grande, que dependendo do que for escrito, é como se você estive ficando nua no meio da multidão.
Exageros a parte, pois muitas vezes um blog pode passar desapercebido até ser excluído após uma crise existencial de seu autor, aqui está o meu, iniciando timidamente para falar de coisas que me interessam ou abobrinha pura.
Não vou fazer uma apresentação formal... acho que os meus textos o farão por si, pois nada melhor que as palavras para mostrarem a verdadeira face da alma. Entre neuroses, livros, músicas, contos e notícias, talvez alguém desvende a verdadeira Andrea, já que nem eu sei exatamente quem sou!