terça-feira, 31 de maio de 2011

Clube de Leitura – Segundo Encontro



Em maio o pequeno e simpático grupo acima discutiu o livro Papéis Avulsos do Machado de Assis. Além de repassarmos as histórias, foi um momento para citarmos outros autores e relatarmos experiências pessoais aos quais os personagens nos remetiam.

O espaço cedido pela Livraria Cultura é bastante agradável e possibilita a participação de várias pessoas. Como o grupo é novo, ainda há pequenos ajustes a serem feitos, mas creio que com uma participação contínua do pessoal, tem tudo para dar certo.

O segundo encontro será realizado no próximo dia 11 de junho às 16 horas no segundo piso da Livraria Cultura. O livro a ser discutido é “A Caixa Preta” do Amos Oz.

Deixo o convite para quem quiser se juntar ao grupo e se divertir. Mesmo quem não leu o livro, se tiver interesse em participar de um clube de leitura, vale a pena dar uma passada lá, pois iremos decidir no final do encontro o livro de julho.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Desmemoria Visual

Caro doutor, acho que tenho desmemoria virtual. Explico. Não consigo guardar imagens, só números. Tudo começou ao observar que só começo a reconhecer as pessoas que convivo após cinco encontros, antes disso não tenho certeza se já troquei ou não uma palavra com a criatura. Com isso mantenho uma fama permanente de antipática. Já tentei dar oi, mas quando tenho esses surtos, é com a pessoa errada.
Ah, também tem o caso do você se lembra de mim? Já cheguei a trabalhar um ano inteiro com uma pessoa, passaram-se alguns anos e ela surge na minha frente, com um sorriso no rosto, me chamando pelo nome e eu ali, feito uma pateta, sem saber quem é e nem ao menos disfarçar (eu reconheço, sou melhor diretora do que atriz).
Mas o preocupante mesmo foi neste último mês. Experimentei uma roupa que eu lembro ter achado linda. Fiz uma contraoferta e a loja não aceitou. Como não retornei, após quase um mês, a vendedora entrou em contato aceitando a oferta. Só que eu não me lembro da roupa, só do preço (que agora é assustador). Minha mãe diz que a roupa é linda, mas eu não me recordo de um misero detalhe (aliás, eu me lembro de outras duas roupas que eu experimentei, mas não da que aparentemente gostei).
Em relação as pessoas, até não me preocupo muito, pois se a Marta Medeiros tem o mesmo problema, por que eu não posso ter?
Mas quanto a roupa, será isso um sinal? Será que eu gostei mais das outras e não da que eu não me lembro? Será velhice? Falta de vitamina? Atenção? Distração?
Então, doutor, preciso saber antes de esquecer do senhor, meu caso é grave?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Do Quadrado ao Mar

Voltando a relatar a viagem para Porto Seguro, cito o passeio de Trancoso, que inicia a uma visita a Vila de Trancoso, também chamada de Quadrado, onde casas do século XVII e XVIII e a igreja de São João encantam logo na chegada.



As casas coloridas hoje são cafés e lojas (algumas de marcas famosas). Infelizmente estavam todas fechadas no horário em que realizamos o passeio.



Perto da igreja existem postes coloridos. A brincadeira é que se você rodar três vezes nestes postes, irá encontrar um marido rico (como já sou noiva, não participei da brincadeira, só fiz uma foto para assustar o noivo).




Existe também uma árvore partida por um raio. Dizem que ali é um ponto com muitas energias positivas. Então é necessário chegar ali de pés descalços (lembrei de uma música da Shakira). Mas o local estava tão sujo, que eu não tive coragem de tirar os chinelos.


A igreja é bastante bonita. Como nas demais, não é possível fotografar dentro dela. Então recorri ao zoom para guardar uma amostra de como é o local. É um lugar que gostaria de retornar com mais calma.


Dica: Não deixe de provar o abacaxi, é o mais doce e saboroso que já experimentei na minha vida. Depois desse passeio, nunca mais consegui comer a fruta aqui em Porto Alegre com o mesmo prazer, pois o sabor da Vila de Trancoso foi insuperável.

A praia de Trancoso é bonita, com restaurantes junto a mesma. O mar possui ondas e a água não estava exatamente morna, puxando mais para o frio. A cor também não é das mais claras. Mas é um local bem gostoso para se passar a tarde.




Dicas: No restaurante que fomos, mesmo realizando o pedido com antecedência, este atrasou meia-hora, além de não ser exatamente o que solicitamos (o que gerou a cobrança de um valor a mais). Por isso deixo a sugestão de colocar o horário com uma hora antes do desejado realmente, até para ter tempo de reclamar do valor caso venha o pedido errado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Doce só no nome



Há nove anos fui estagiária da Justiça Federal. Um dia, durante o intervalo de um seminário que estávamos tendo, me aproximei de uma das janelas para ver qual era a vista do andar mais alto daquele prédio. Se de um lado víamos o Guaíba, do outro um agrupamento de papelão e madeira, que nem de longe poderiam ser chamados de lar. As crianças corriam de um lado para o outro. Muitas tentavam ganhar alguma moeda dos motoristas que estacionavam nas ruas próximas. Homens escorados em carroças, identificados imediatamente como os mesmos que nos davam medo e nos faziam acelerar o passo quando fazíamos o caminho a pé.
Nestas últimas semanas veio a notícia do fim da vila chocolatão, que de doce só tinha o nome. Lembrei-me de uma menina muito bonita que circulava sempre na hora em que eu estava chegando. Com os olhos muito claros e cabelos loiros e cacheados, ela literalmente saltitava (algumas vezes no capo dos carros). Mas por mais infantilidade e alegria que suas ações pudessem passar, eu não conseguia encontrar isso refletido no seu rosto, muito menos no seu sorriso.
Fiquei pensando que fim ela levou. Se continua viva. De que forma essa mudança está influenciando na sua rotina. Pois ela deve ser uma adolescente agora... não tendo chegado aos vinte anos ainda. Mas ao contrário dela e de seus amigos, espero sinceramente que essa nova geração tenha uma infância mais sadia brincando entre os pátios do que catando moeda no meio de ruas apertadas. Pois o futuro só vira presente se aproveitamos todas as fases da vida.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Janelas



Era quase como um lamento. Não lhe era permitido segura-las. Por isso fluíam com uma rapidez espantosa, formando uma estrada negra em uma pele muito branca. Encostar a testa no vidro da janela só serviu para acentua-las. Em sua volta, várias pessoas questionaram o por que. Mas ela simplesmente não sabia dizer. Uma tristeza profunda lhe apertava o peito. Uma incerteza paralisava o cérebro. Um bolo de mágoas lhe bloqueava a garganta.
A única coisa que se sabia é que ela havia amanhecido assim. Tentaram lhe fazer sentar. Quem sabe comer uma fatia de bolo. Ou até mesmo retornar ao quarto, que para o único homem da casa, deveria ser o lugar de onde nunca deveria ter saído.
Com o olhar fixo no horizonte, algo lhe dizia que nada do que planejava iria acontecer. Não sabia a razão do medo. Nem de onde vinha estranha certeza. Pedia sinais. Orava por proteção. Mas nem quando opacos raios de sol escapavam entre as nuvens, a esperança lhe voltava ao olhar.
Aquele foi o primeiro de muitos dias. E realmente, tudo o que a menina-mulher havia planejado, não havia se concretizado. Não por força do destino, mas pela razão da moça continuar encostada no vidro da janela, agora com as roupas úmidas pelas próprias lágrimas.
Sua morte gerou sentimentos conflitantes. As empregadas suspiravam aliviadas por finalmente poderem limpar o local. O cunhado finalmente pode ler o seu jornal em paz. O noivo corria, em dúvida entre cancelar os contratos ou arrumar uma nova esposa. E a mãe preferiu se aproximar da janela do quarto da filha e chorar, entendendo pela primeira vez a dor que ela sentia.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sorte e azar?



Trânsito tranquilo, véspera de Gre-Nal, o ambiente um pouco mais silencioso que o normal e o melhor, as horas passando rapidamente. Quando isso? Hoje! Numa sexta-feira 13.
Em uma rápida pesquisa sobre a origem desta data (made in o velho e bom Google), a que mais me convenceu foi a do site Aventuras na História (http://historia.abril.com.br/cotidiano/sexta-feira-13-faz-700-anos-435428.shtml), que cita a caçada aos cavaleiros templários. Conforme o site, no dia 13 de outubro de 1307 soldados abriram mensagens enviadas pelo rei Filipe IV, e assim os templários que viviam na França foram presos, torturados, excomungados e queimados.
Abandonados pela igreja, eles acabaram extintos (Será? Conforme o Dan Brown não, mas deixa pra lá). Mas com certeza para essa turma, mais do que azar, a sexta-feira 13 foi o início de uma grande traição e mudanças de atitude.
A sexta-feira 13 também serviu de inspirações para filmes (tendo uma série quase interminável) e livros. Entre sangue, garotas seminuas e gatos pretos, a garantia de dar um belo pulo na poltrona, agarrar o braço da pessoa ao lado ou até mesmo jogar toda a pipoca na cabeça da criatura da frente.
Eu, particularmente, sempre gostei da sexta-feira 13. Na adolescência, por causa das festas (ótima desculpa para usar uma fantasia), e como toda mulher tem um lado meio bruxa, não existe dia melhor para as solteiras colocarem o sexto sentido para funcionar e quem sabe encontrarem um grande amor ou simplesmente beijarem muito.
Mas sorte ou azar quem faz é a gente. Afinal, se houvesse um dia certo, bastava ficar em casa, quietinha na cama, enrolada no edredom com a luz apagada. Pensando, bem... será que os meus chefes são supersticiosos? Seria muita sorte se eles aceitassem a ideia de deixar os funcionários em casa nesta data.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Achados e Perdidos

Um cartaz no banheiro. Um aviso nervoso de que uma moça havia perdido uma pulseira. Um pedido desesperado de que alguém a devolvesse. A pulseira não é comum. É um presente do noivo que está no Haiti. Tem um pingente com o nome de guerra do amor da Larissa.
Fiquei curiosa em saber se alguém já entrou em contato. Fiquei encucada pensando se existe alguém que tenha coragem em ficar com um objeto que, por mais valor financeiro que possa ter, é um verdadeiro laço emocional. É a presença dele aqui, é o saber de que ela não está desprotegida por ter um pedaço do seu carinho sempre em seu braço.
Nas breves palavras do cartaz, senti toda a dor da perda e desejei que alguém encontre o objeto e o devolva. Tem dois telefones e um endereço de e-mail. É impossível não acha-la. A menos que o destino tenha colocado um estranho, uma criatura que passou por aqui apenas para fazer uma entrevista e nunca mais voltou, levando consigo algo que não lhe pertence.
Mas... e se ninguém o encontrou? Se por uma brincadeira do destino, a pulseira era pequena e foi via ralo? Ou até mesmo pela descarga? Afinal, ela foi perdida em um banheiro. Quando eu era pequena, duas correntes se foram pelo ralo do chuveiro. Lembro que chorei muito. Ninguém gosta de perder.
Boa sorte a Larissa, que ela encontre o seu elo de ligação. E mais boa sorte a todos nós, que muitas vezes perdemos aquilo que nem sabemos que havíamos ganhado.


* Imagem retirada da internet – capa do livro Achados e Perdidos de Oliver Jeffers

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Os 10 pecados alimentares?




Na mania das listas, surgiu as dos 10 piores alimentos conforme a nutricionista canadense Michelle Schoffro Cook. Segue a lista:
1 – Refrigerante diet (não gosto)
2 – Refrigerante “normal” (esse faz tempo que não tomo)
3 – Donuts (finalmente uma razão para festejar o seu fechamento em Porto Alegre)
4 – Cachorro quente (adoro, ontem comi um que estava uma delícia)
5 – Bacon (não como)
6 – Salgadinhos de batata (como raramente)
7 – Batata frita (como umas duas vezes no ano, não me faz falta)
8 – Pizza (é que ela não conhece a Don Carlo)
9 – Salgadinho de milho (esse faz tempo que não como)
10 – Sorvete (Adoro) Sorry, mas o trio cachorro quente, pizza e sorvete não serão abandonados da minha vida, afinal, eventualmente precisamos viver perigosamente.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Caindo pelas tabelas



Estou literalmente caindo de sono hoje. As pessoas conversam comigo e eu continuo a bocejar. Chega a ser vergonhoso. Isso que me deitei cedo, já que quarta é dia de jogo e após a derrota do imortal tricolor no jogo de Porto Alegre, somado ao número de jogadores machucados, minha esperança não era suficiente para me manter acordada.
Mas mesmo após quase 8 horas de sono, passei o dia com uma nuvem dentro da cabeça. O barulho do teclado é semelhante a uma canção de ninar, e se eu embalar muito a cadeira, existe grandes chances de a cabeça pender para um dos lados.
Agora mesmo escrevo para me manter acordada, e tenho muita sorte de não ter nada que exija maior concentração. Será que a culpa é pelos meus excessos gastronômicos? Já que no último mês desrespeitei todas as regras da minha dieta? Será o stress pelo atraso do apartamento e os preparativos do casamento?
Não tenho a mínima ideia, a única certeza que tenho é que devo manter os olhos abertos pelas próximas cinco horas para fazer tudo na mais perfeita segurança.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Decepção

Quando fechei em julho de 2009 o contrato de compra de um apartamento com entrega para outubro de 2010, entrei naquela fase de procurar móveis, fazer planos e todos aqueles fricotes naturais de mulher. Mas outubro chegou e nada nos foi entregue e os meses foram passando e estamos em maio de 2011 e até agora nada.
O mais legal dessa história é que nenhuma carta é enviada informando dos atrasos. Sou obrigada a entrar na venda on-line e perguntar aos vendedores qual é a nova previsão de entrega. E isso gera o efeito colateral de alterar a data junto aos fornecedores já contratados (com isso já estou revendo toda a questão de planejar as coisas com antecedência).
Aliás, comunicação e respeito são o que mais falta ao cliente no pós-venda. Como se estivéssemos pedindo um favor, quando quem está em falta é a própria construtora.
Ontem tive uma reunião sobre a multa que chegaria a ser cômica se não fosse triste. Uma pessoa totalmente despreparada, desinformada, tentando nos enrolar durante meia hora. Imagino que algumas pessoas mais ingênuas caiam na lábia falsa de criaturas assim, mas a mim só despertou um desprezo profundo de alguém que ficava se fazendo, e me fazendo perder tempo.
O que essas criaturas burras não se tocam é que nenhum imóvel é para sempre, e no meu caso, o período será ainda mais curto, pois fui tomada de um desgosto profundo pelo apartamento. Eles perderam um cliente definitivamente. Embora talvez isso não tenha importância, pois tudo o que eu quero é evitar um novo prejuízo, pois com a postura que vi ontem, não duvido que eles sejam a próxima Encol.
Pronto. Desabafei. Agora estou mais leve para iniciar o meu dia e me preparar para as próximas ações.